01/01/2007
ANO VII - N° 1 JANEIRO / FEVEREIRO 2007
Editor
Mauro Kleiman
Publicação On-line
Bimestral
Comitê Editorial
• Mauro Kleiman
• Márcia Oliveira Kauffmann
• Maria Alice Chaves Nunes Costa
• Viviani de Moraes Freitas Ribeiro
• Juliana Marques da Silva
IPPUR / UFRJ
LABORATÓRIO REDES URBANAS
LABORATÓRIO DAS REGIÕES METROPOLITANAS
Coordenador Mauro Kleiman
Equipe
Aline Alves Barbosa da Silva, Juliana Marques da Silva, Simara Guzzo Elias, Priscylla Conceição Guerreiro dos Santos
Pesquisadoras associadas
Márcia Oliveira Kauffmann, Maria Alice Chaves Nunes Costa, Viviani de Moraes Freitas Ribeiro
Artigos
Três regiões fluminenses e situações complexas na questão de abastecimento de água coleta de esgoto: os casos das regiões Sul e Centro (Serrana).
Mauro Kleiman
Três regiões fluminenses e situações complexas na questão de abastecimento de água coleta de esgoto: os casos das regiões Sul e Centro (Serrana).
Mauro Kleiman
A região Sul-Fluminense, área de forte expansão econômica e de conseqüente urbanização apresenta um quadro desigual de serviços urbanos essenciais de água e esgoto. Nota-se grande disparidade entre os municípios da região.Volta Redonda possui os melhores índices: 97,69% das residências apresentam ligação com a rede geral de água, e 93% esgotamento sanitário. Angra dos Reis e Parati, por se tratarem de municípios voltados para o turismo possuem uma infra-estrutura muito menos eficaz: Angra tendo apenas 86,86% de rede geral e 46,06% de rede de esgoto; Parati tendo 69,93% de rede de água e 14,9% de rede de esgoto. Porto Real apresenta sanitário esgotamento melhor que Parati: 10% das residências tem ligação com a rede geral de água, porém 71,92% tem ligação com a rede de esgoto.
Já a Região Centro – Fluminense que engloba os municípios serranos do estado, com atividade turística, sede de segunda residência e local de atividade agrícola,também com expansão de sua ocupação,apresenta graves problemas de infra-estrutura de água e esgoto.Observa-se grandes problemas ambientais e de saneamento na região que necessitam de um conhecimento e análise que permitam verificar o efetivo alcance sócio-urbanístico destas redes de infra-estrutura. Tem-se uma situação bastante heterogênea em relação ao Estado do Rio de Janeiro, pois existem nesta região, municípios que estão acima da média dos indicadores referentes à estes serviços no Estado, porém, existem outros que não apresentam tais resultados, tanto no Abastecimento de Água quanto no Esgotamento Sanitário.
Em relação à água tínhamos uma situação com melhor grau de serviço que vem piorando consideravelmente, e isso se torna visível quando centramos nossa análise em 5 “municípios-exemplo”, que são eficientes na verificação da situação em questão, pois os municípios: Cordeiro e Três Rios têm boas situações de Água e de Esgoto; Bom Jardim e Sumidouro que não apresentam tais situações e ainda Nova Friburgo que tem uma situação intermediária e foi considerado importante pois é o município mais representativo da região e conta com um diferencial na natureza da prestação de serviços, que no seu caso é concedida à uma empresa privada, a CAENF. Em 70 a situação era diferente da atual, pois tínhamos Sumidouro (94%) como melhor município, seguido de Bom Jardim (84%), Nova Friburgo (82%), Cordeiro e Três Rios com 72%. Em 1980 Nova Friburgo aparece com destaque com 93% de domicílios com instalações adequadas de água, seguido de Sumidouro (91%), Cordeiro (90%) e Bom Jardim com 87%, Três Rios aparece com a pior situação com cerca de 85%. Em 1991 o município de Nova Friburgo aparece com 98% e se consolida na liderança, seguido de Cordeiro (97%) e por todos os outros com 95%. Em 2000, situação atual, temos uma situação diferente, pois os municípios se alternavam mas tinham sempre mais de 80% de domicílios com instalações adequadas de Água, hoje temos Três Rios e Cordeiro com boas situações (92%) e (91%), Nova Friburgo com 79,40% e como piores situações , os municípios de Bom Jardim (51,6%) e Sumidouro (25,5%).
Em relação ao Esgotamento Sanitário temos algo parecido pois verificamos uma eficácia na prestação dos serviços, visto que todos os municípios tinham mais de 50% dos domicílios com instalações adequadas de esgoto, em 70, Sumidouro era o primeiro com 89%, Nova Friburgo em segundo com 74% seguido de Bom Jardim(65%), Três Rios (59%) e Cordeiro (58%). Em 80 esta situação era mantida pois Bom Jardim era o pior município com 54% passando por Três Rios (78%), Cordeiro (85%) e Sumidouro (86%) chegando até Nova Friburgo que tinha 87%. Em 91, a situação se inverte passando de boa para ruim, o melhor município, Sumidouro tinha apenas 14%, seguido de Três Rios (7%), Nova Friburgo (6%), Bom Jardim (4%) e Cordeiro (2%).Em 2000, temos uma situação diferente pois Cordeiro tem 88% e Três Rios 79% apresentando assim boa situação juntamente com Nova Friburgo tem71%, porém em Bom Jardim temos 44% e em Sumidouro apenas 2% de domicílios com instalações adequadas de Esgoto, tendo 61% de domicílios depositando seu esgoto em rios da região.
Uma outra questão que merece um acompanhamento e análise é a questão da formalidade ou não, das ligações, ou seja, das instalações de Água e Esgoto, que se tornam questões relevantes na medida em que a partir do conhecimento e domínio destes indicadores será possível saber para onde está indo o esgoto que na maioria das vezes é lançado “in natura” em corpos hídricos gerando diversos danos ambientais prejudicando estes ecossistemas. Através da utilização de nossas cidades - caso, vemos que a situação é parecida com a do abastecimento de Água e do Esgotamento Sanitário. Na Água temos Três Rios com 92,20% de ligações formais e 7,8% de ligações informais. Cordeiro vem logo depois, com 91,1% de ligações formais e 7,8% de ligações informais seguido de Nova Friburgo que apresenta 79,4% de ligações formais e 20,6% de informais. Os municípios de Bom Jardim e Sumidouro são os que apresentam pior situação, tendo 51,6% e 25,5% de formais e 48,4% e 74,5% de informais respectivamente. No Esgoto, temos Cordeiro assumindo o lugar de Três Rios com 88% formais e 12% informais, Três Rios então apresenta 79% formais e 21% informais, seguido então por Nova Friburgo com 71% de Formais e 29% Informais. Como piores municípios temos Bom Jardim com 44% formais e 56% informais e Sumidouro com apenas 2% de ligações formais e 98% de informais.
Podemos concluir que o quadro de infra-estrutura ligada a habitabilidade em regiões de forte expansão no Estado do Rio e que estão na esfera de influência regional da metrópole carioca tem graves problemas para acompanhar a demanda de urbanização crescente.