Chão Urbano

                                                             Laboratório Redes de Infraestruturas e Organização Territorial - IPPUR/UFRJ  

                                                                                               Coordenação Mauro Kleiman  

                                                        Equipe: Aline Cid, Genivaldo Santos, Marcela Marques, Mirian Curado, Simone Arruda

Infra-estrutura e Urbanização

           Por trás dos dados agregados as dificuldades para implantação de água e esgoto nas cidades brasileiras

 Pelos dados agregados recentes (censo de 2000) apresenta-se certa evolução nos percentuais de domicílios atendidos no Brasil por rede geral de água passando em 20 anos de menos da metade dos domicílios para quase 80% deles (77,81% em 2000 contra 47,50% em 80), sendo que a coleta de esgoto por rede passa de apenas pouco mais de ¼ dos domicílios para quase a metade deles(43,55% em 2000 contra 25,78% em 80). No abastecimento d’água inclusive reduziuse as disparidades regionais pois se no Sudeste atinge 80,6% dos domicílios, no Norte já chega a 73,2% e no Nordeste 66,3% (censo de 2000). Contudo, persistem grandes diferenças na coleta de esgoto por rede pois se no Sudeste já atinge 73,40%, no Norte atende apenas 9,63%, e no Nordeste 25,10%. Outro dado revelador da realidade nos é trazido pela avaliação do PNUD sobre o Brasil. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento) aponta que o “acesso da população ao saneamento básico cresceu apenas de 71% em 1990 para 76% em 2000” (“Pontos críticos são água potável e saneamento”. O Globo 08/07/03), e que embora tenha crescido o acesso à água potável ( de 83% em 90 para 87% em 2001) nas áreas rurais menos de 60% da população pode contar com este acesso.Aprofundando a análise através de análise qualitativa (com observação de campo e entrevistas) o Laboratório Redes Urbanas em pesquisa sobre áreas de comunidades de baixa renda no Rio de Janeiro e mostra que, apesar de alguns investimentos em Programas de Água e Esgoto para beneficiá-las, atingiu áreas muito restritas e som problemas de implantação, operação e manutenção. Um dos mais importantes Programas, o de “Despoluição da Baia de Guanabara” que propunha-se construir redes completas de Água e Esgoto, realizou obras de engenharia civil de grande porte (Estações de Tratamento de Esgoto e Reservatório, entre outras), mas não concluiu o sistema articulando suas partes e houve atrasos e inconclusões de obras. As oito estações de Tratamento de Esgoto, por falta das devidas ligações com os troncos coletores e com as residências não funcionam a plena carga explicar atraso de obras” – O Globo 28/07/03). Urge retomarem-se as obras para aproveitar o que já foi feito, antes que deteriorem-se, e para efetivamente beneficiar as camadas populares que habitam a Baixada Fluminense (“Conde anuncia retomada da despoluição da baia” – O Globo 29/07/03). Em Salvador temos observado que ao lado de água e esgoto obras do “Programa Ribeira Azul” nos Alagados com moradias e urbanização em água e esgoto, persistem situações dramáticas frente a ausência de Água e Esgoto. Na Ilha do Rato área de palafitas com moradores abaixo da linha de pobreza, não existe nem acesso à água potável tendo os moradores que pegar o líquido, longe de suas precarissimas casas, em latas d`água 5 a 7 vezes ao dia e não existe coleta de esgoto sendo o “banheiro” um buraco no chão da palafita. A implantação de água e esgoto, elementos mínimos mas essenciais à uma vida urbana digna, ainda estão longe da necessária universalização, e alargam-se as diferenças entre as áreas de maior e menor renda. Nas camadas populares afora os investimentos e benefícios ainda restritos dos Programas de Água e Esgoto, o quadro é de forte carência fazendo com que seus habitantes vivam num tempo diverso do presente.conseqüentes sobre uma das áreas mais importantes e com grande população esquecida pelo Estado quando se trata de planejamento e desenvolvimento urbano.

Mauro Kleiman

Questões Territoriais-  Permanências e Inovações nas redes de  Infra-estrutura Urbana no período de 1975-94: a dilatação do espaçometropolitano do Rio deJaneiro, num movimentode “mão-dupla”. Ano I, nº 01

Infra-estrutura da região do Porto deSepetiba. AnoII, nº02 Resenha Urbana, Ano I,

nº01

Para adquiri-los mande-nos seu pedido para kleiman@ippur.ufrj.br.

Obs: ao preço será acrescido o valor por envio pelo correio.