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Chão Urbano

Chão Urbano ANO II Nº 03 Junho 2002

01/06/2002

Integra:

 

ANO II Nº 03 Junho 2002

 

                                                       Laboratório Redes de Infraestruturas e Organização Territorial - IPPUR/UFRJ  

 

Coordenação Mauro Kleiman  

 

Equipe: Alexandro Garcia, Andressa Martinez, Genivaldo Santos, Leriane Romão,Nina Silva, Priscila Olinger

 

 

Obras eleitoreiras versus poluição eminente

 

A cada dia que passa nos vemos preocupados com crescimento da poluição em várias regiões do Brasil, no qual o homem é o principal responsável por esta ação, tendo como na figura central seus governantes que através de obras eleitoreiras prometem diminuir a degradação ambiental, que produz danos em diversos aspectos entre eles estão: físico, climático e social. Conscientes de nossa interferência no meio em que vivemos, cabe a nós gerenciá-lo de maneira a qual possamos otimizar e reverter os efeitos de nossas ações. Entre essas diversas regiões brasileiras encontra-se o nosso cartão postal, a Baía de Guanabara, circundada pela segunda maior região metropolitana e industrial do Brasil, constituída por quinze municípios de caracterização diferenciada, que contribuem negativamente para a qualidade ambiental de toda a sua bacia de drenagem, da qual fazem parte. A Baía de Guanabara representa um ecossistema muito importante para as cidades nela localizada, pois verifica-se que o uso das águas desse complexo são direcionados para: o abastecimento público e industrial, a pesca, a navegação, as atividades portuárias, a diluição de despejos, a recreação, a estética e a preservação da fauna e flora. Com a implantação de complexos industriais e do crescimento urbano desordenado: as políticas de saneamento básico para despoluição da Baía de Guanabara tornaram-se questão de honra para nossos governantes afim de minimizar as críticas da opinião pública e de ambientalistas, mas até o momento pouco foi visto. Como podemos salientar na última obra do Governo Garotinho a Estação de Tratamento da Alegria, no Caju como foi descrita na reportagem de Luiz Ernesto Magalhães para o para o Jornal do Brasil, em Abril de 2002 como: “A maior estação projetada pelo Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDGB), custou R$ 180 milhões e foi inaugurada em junho ... como se estivesse em plena condições de funcionamento para tratar os esgotos de 1,5 milhão de pessoas”. Mas a verdade é que a Estação da Alegria funciona com cerca de 20% de sua capacidade total de tratamento e não tem equipamentos importantes como secagem de lodo produzido, ocorre mais um ponto negativo mesmo depois de tratado os efluentes ainda conservam 40% da sua capacidade poluidora. Se a grande obra de tratamento de esgoto, não é eficiente começamos a desconfiar das outras estações e do próprio Programa de Despoluição, que vem arrastando-se e poucos resultados são visto pelos cidadãos em geral. As obras de saneamento para limpeza e conservação da baía, tem mais alardes dos governantes do que eficiência no combate a poluição do esgotamento que é lançado no dia a dia, em uma das mais belas paisagens do Rio de Janeiro. A prova é a inauguração da suntuosa Estação de Tratamento da Alegria que muito se falou, mas que pouco contribuiu para despoluição da Baía de Guanabara.

 

 Alexandro T. S. Garcia

 

 

                                                                             Mercado Imobiliário e processo de urbanização

 

                                                                 Moradia nos subúrbios e Zona Oeste do Rio: importação de modelos

 

A importação de modelos de planejamento de arquitetura e modos de morar tem sido uma constante no caso brasileiro onde apresenta-se sob a forma de uma tradução/adaptação às nossas realidades. No contexto intraurbano também pode observar-se o deslocamento , ao longo do tempo, de arquiteturas e modos de morar entre uma zona e outra, um bairro e outro. Agora chegou o momento da modalidade de condomínios fechados com sua “ideologia” da segurança e de comodidades de lazer sofrerem um “deslizamento” da Barra para os subúrbios e Zona Oeste , seja na forma de condomínios de apartamento, seja de casas ( “ Estilo Barra de construir se espalha pelo Rio ” – O Globo 30/06/02 ). Também o processo de modernização porque passa parte da Baixada Fluminense envolve a introdução, ao lado dos Shoppings, de condomínios de casas duplex “com clube de lazer com piscinas... salão de festas, de jogos, sauna e spa, sistema de segurança periférico e circuito interno de TV... ( empreendimento da Machado Sant’ Anna em São João de Meriti- O Globo 30/06/02). Segundo José Conde Caldas “o raciocínio foi simples: se deu certo num bairro com infinitas opções de lazer (Barra), porque não daria onde não tem?” (O Globo 30/06/02). Então porque não morar no Bello Colégio “ para você que sempre sonhou com um lugar especial”, (de anúncio da incorporadora Atlântica) sobre o que denomina de “ 1º condomínio fechado da região” no bairro de Colégio “ perto da estação Colégio do metrô, dos Shoppings Carioca, Nova América, Norte Shopping, Wall Smart e da Linha Amarela”. Tem melhor que isso?

 Mauro Kleiman

 

Sistema Viário

 

Uma “nova” Av. Brasil cercada de antigos problemas.

 

A Av. Brasil é a principal via de acesso ao centro do Rio de Janeiro para quem sai da Z. Oeste e da Baixada, apesar de existir uma diminuição deste fluxo devido à Linha Vermelha, tem cerca de 58 Km e passa por 21 bairros, sendo uma via administrada pelo município desde 96. A partir daí, temos um número grande de veículos que passam por esta Avenida - cerca de 200 mil – e com isso temos vários problemas proporcionais à sua importância, pois ocorrem muitos engarrafamentos e além disto muitas enchentes, iluminação precária e poucas passarelas para pedestres. Após a verificação destes problemas se faz necessária a resolução dos mesmos para que se melhore as condições de transporte, que conforme apresentamos anteriormente, são péssimas. Sendo assim ainda em 2000 foi assinado um contrato com o BNDES para a liberação de R$ 95 milhões em 4 parcelas com a finalidade de melhorar estas condições através de obras ao longo da via. Acredita-se que com as obras programadas teremos uma Avenida Brasil livre de enchentes, com árvores no canteiro, baias para ônibus, praças próximas às passarelas, nova. “Vamos recuperar todo pavimento, pintar faixas e plantar alargamento da pista e iluminação palmeiras no canteiro central. A idéia é humanizar a avenida.” ( “O Projeto da Nova Avenida Brasil”. JB/ 30 jun-00). Em relação às enchentes e à iluminação, as obras feitas notrecho entre Ilha e Bonsucesso servirão de modelo onde tivemos a construção de uma galeria de drenagem com 400 metros de extensão que faz com que a água seja direcionada para o Rio Ramos e não inunde a pista, e também uma redução da fiação aparente que ficou embutida, e isso é o que se espera em toda a Avenida. As alterações a serem feitas ao longo da avenida serão divididas em trechos e em cada um deles serão executadas obras específicas. Do Caju até o Trevo da Margaridas teremos reformas nas passarelas, obras de uma galeria de drenagem em Manguinhos e também urbanização das calçadas. Será construído também, no trecho do Trevo das Margaridas a Deodoro, uma outra galeria de drenagem na altura de Irajá além de obras de restauração das pistas e construção de baias para ônibus. Além destes dois trechos comentados, temos o trecho de Deodoro à Santa Cruz, que trata-se do trecho mais abandonado de todos, onde nele serão construídos uma pista exclusiva para ônibus, mais 7 passarelas para pedestres e ainda viadutos onde anteriormente existiam sinais. (“O Projeto da Nova Avenida Brasil”. JB/30 jun-00). As obras, se concluídas, trarão um grande benefício aos usuários da via, porém teremos muitos problemas até que tudo esteja resolvido. As obras trarão problemas de tráfego e para tentar ao menos minimizar o problema será construída uma pista de serviço ou ocorrerá a inversão de “mãos” de ruas paralelas, tudo isso com a promessa de não se comprometer 20% da pista. Os usuários esperam que este problema seja apenas temporário, que represente apenas um mal necessário para uma resolução completa do problema.

 

Genivaldo H. S. Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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