O artigo traz a visão vários autores, como Milton Santos que chama a atenção para a existência de uma tecnosfera marcada, entre outras características, pelo emprego massivo da tecnologia,gerando novas camadas dimensionais do espaço adaptadas aos mandamentos da produção e da realização dos fluxos, incorporando a cidade um conjunto de meios instrumentais e sociais na produção do espaço que se articula com uma psicoesfera, revelando o poder do simbólico no estabelecimento das regras sociais, mas que igualmente se materializam em seus fixos, com suas zonas luminosas e opacas (SANTOS, 2006). O sistema sociotécnico das cidades, dentro da perspectiva do imbricamento de actantes humanos e não-humanos que em condições de paridade, livremente se associam, envolve um conjunto de normas,equipamentos e pessoas que se associam para a consecução de um determinado objetivo, operando as diferentes camadas dessa tecnosfera,relacionadas às infraestruturas urbanas e suas múltiplas funções como saneamento básico, fornecimento de eletricidade, mobilidade urbana, defesa civil e segurança pública conforme outo autor(LATOUR, 2011).
Então o artigo examina os Centros de Comando e Controle Urbano no Contexto Metropolitano do Rio de Janeiro. As políticas públicas se materializam por ações voltadas ao enfrentamento de um problema público, sendo notável a busca pelas diferentes instâncias governamentais de experiências adaptadas aos complexos problemascotidianos, que se apresentam sob cenários de forte instabilidade. Infelizmente a conjuntura político-administrativa brasileira é marcada pela existência de
12 regras rígidas de funcionamento, dificultando a flexibilização e adaptação ao dinamismo da realidade social e das transformações urbanas, onde o modelo racional-funcionalista da ação governamental no Brasil tem grandes dificuldades em migrar a modelos mais orgânicos de estrutura e de realização de ações na velocidade dos problemas. A administração pública brasileira tem buscado caminhos alternativos para promover uma espécie de reforma, necessária ao atingimento dos princípios do
Estado-rede, com diferentes estratégias de coordenação das ações, o que se apresenta como caminho mais simples do que administrar a reforma da gestão.
Nesse sentido os CC²U se apresentam com grande potencial de promover tais inovações e romper com as barreiras ao trabalho interagências, com organizações de diferentes naturezas, que flutuam entre os espectros públicos e privados; tudo isso se exploradas, transformadas e exteriorizadas sua energia acumulada, superando sua condição de mero local de abrigo físico dos SOUs,avançando no conjuração das forças em prol das funções urbanas (CASTELLS,1999; DE FREITAS, DE FARIA NOGUEIRA, 2020).